sábado, 13 de agosto de 2011

Mandala como Autoterapia


MANDALA COMO AUTOTERAPIA


A Mandala é tão antiga quanto o Ser Humano. Nas pinturas das cavernas, encontramos desenhos dos homens pré-históricos, em forma circular.
Em decorrência de estudos feitos por antropólogos em tribos “primitivas”, percebeu-se que a produção de arte em forma circular aumentava toda vez que a tribo era ameaçada, por doença ou guerra, ou qualquer outra situação de ameaça.
Os desenhos de pessoas que se encontram internadas em hospitais psiquiátricos, também apresentam com muita freqüência a forma circular. O que nos leva a concluir que o desenho em forma circular é a tentativa da psique humana para se organizar. Parece que nossa psique  funciona de forma circular a nível de energia. Quando  queremos expressar que não estamos bem, dizemos:
-"Estou partido, em cacos, dividido, desorganizado, etc..."
Quando queremos expressar que estamos bem, dizemos:
-"Estou inteiro, centrado, completo, etc..." 
A expressão artística em forma circular ajuda a organização e fortalecimento da psique, além de facilitar o contato com a nossa essência ou "self", e auxiliar na canalização de energias criativas.
Cor é emoção,  para cada emoção existe uma expressão de cor. Trabalhando com cores para se fazer a Mandala,  estamos trabalhando com nossas emoções.
Quando estamos fazendo uma Mandala, expressamos através das cores, da forma, do traçado, da maneira que pegamos o lápis, as nossas emoções e a nossa maneira de ser. A medida que vamos desenhando, vamos nos organizando internamente, entrando em contato mais profundo conosco mesmo, o que nos leva a atingir a paz interior.
Desta maneira, a Mandala é uma técnica de autoterapia, sem necessidade de interpretação, que nos leva a uma maior  consciência de nós mesmos e do mundo que nos rodeia.
Se você está deprimido, faça uma Mandala; se não melhorou, faça outra e outra, até se sentir que colocou para fora toda a sua tristeza. Até você fazer uma Mandala que o deixe satisfeito. O mesmo para qualquer sentimento. A Mandala não vai resolver todos os seus problemas de uma só vez, mas só o fato de você expressar o que está sentindo, é uma grande ajuda.





FUNÇÃO E RITUAL DA MANDALA.
O ritual tem sido tradicionalmente a maneira de manter a atividade humana em consciente concordância com as leis da natureza. O propósito do ritual é fazer do homem um agente mais consciente das forças cósmicas, promovendo uma iniciação do individuo à expansão e intensificando a sua participação no trabalho do Universo. A forma geral do ritual é a Mandala. Entendendo a natureza da Mandala, tem-se uma chave para entender o ritual como um processo universal.
A Mandala serve para despertar ou atingir um maior grau de consciência, mas sua principal função é a de transformar os caminhos que o homem escolhe como resposta aos seus impulsos. Esta é a alquimia dos símbolos. Como matriz do sistema símbolos, a Mandala detém a fonte desse poder alquímico e promove a parte metafísica do ritual: a transmutação do homem em ser espiritual...
Em nossos dias, o homem  tem-se alienado da "fonte": o centro. Portanto é função do Ritual da Mandala ser usado como um instrumento principal para investigar e abrir este centro, identificando novamente o indivíduo com as forças cósmicas e a sua própria.
O propósito da Mandala individual é estabelecer um senso de harmonia de modo que o individuo sinta-se completo, tenha claridade, compaixão e alegria, sabendo através do seu trabalho, que ele é parte de uma corrente maior.
Como uma verdade em todo o processo mandálico, o fim é ambos um retorno ao centro ou principio, e uma expansão simultânea para a periferia. No presente estágio do planeta, a Mandala representa a semente-simbolo de um mundo mais ordenado e harmonizado.

Referências bibliográficas:
TUCCI, G - Teoria e Prática de Mandala - São Paulo, Ed. Pensamento, 1985.
ARGUELLES, J. and M. - Mandala - New York, Shambala, 1972.
JUNG, C.G. - Mandala Symbolism - USA, Bollinger Series, Princeton U.P. , 1973.
PENNICK, N -Geometria Sagrada - São Paulo, Ed. Pensamento, 1980.
DOCZI G - O Poder dos Limites - Harmonias e Proporções na Natureza, Arte e Arquitetura - Ed Mercuryo, 1990.