1001 MADRUGADAS DE AMOR (BARCELONA)

               Foi em Barcelona que descobri Salvador  Dali, aos meus 75 anos, e por ele me apaixonei. Estava com minha grande amiga  Arilze  e a família toda da Volkswagen  numa viagem maravilhosa.

Eu,  Arilze (minha querida amiga) e José Santiago

               A janela  do hotel, uma parede inteira de vidro, me desvenda um belissimo Mediterrâneo e me lembro que para conhecê-lo todo, só falta a Líbia e Marrocos. Vivo mais uma deliciosa madrugada de AMOR  apreciando o nascer do Rei como uma bola de fogo em meio a uma cruz como a de Dali - de São João da Cruz.  Sinto-me translumbrada pelo seu reflexo no mar, esteira líquida de fogo em mais uma linda madrugada de AMOR.  Podia falar de tantas outras madrugadas de AMOR... sinto decepcioná-los, mas prefiro falar n´Aquele que me criou e anda tão esquecido neste 2011 conturbado.

Vista da janela do meu quarto em Barcelona

               Seria pedir muito meu Deus, que  o Senhor usasse minhas mãos  para escrever hoje uma história de AMOR que vivi no mundo? São poucos os que têm a felicidade de vivê-la... Ser feliz é privilégio de poucos e posso dizer: eu fui um destes, embora por vezes não tenha feito gente feliz do meu lado; talvez meus funcionários? Sinto que me servem com alegria.

               Tem duas torres  à minha frente, são pequenas, mas servem para lembrar o setembro negro dos EUA. Sinto às vezes que o povo perto de mim se sente acometido como aquelas torres. Meus filhos são como eu  já fui no passado, semelhantes àquelas gaivotas que defendem migalhas para sustentar meus netos, e só me compreenderão  quando mais tarde puderem voar mais alto. Minha raça ajudará, pois descendo de índio, nobre alemão vindo  das brumas da  Estônia, e até de uma morgada de Portugal.