De uma paz tão esperada
Da alma tão machucada
Vem aparecendo uma ilusão
De um tempo de descanso
Entre duas vidas num remanso
Uma parada no meu céu
Meu dever não tem constância
Hoje vem amanhã descansa
Hoje a pena deste papel
E, hoje me invade a tristeza
Me invade a antiga incerteza
Que a razão vai sempre me roubar
A doçura de um sentimento
Que me escapa num momento
Mal acaba de em mim pousar
Soltar todo o sentimento
De alguém que o grande teatro da vida,
Não representou
De dores estremecida
E palavras que o tempo levou
À espera de alguém que não chegou
E se ainda verei na descida
Foi PAPAI que me ensinou, além de rezar, a declamar. E foi para mim, uma tristeza profunda quando ele e MAMÃE se separaram. Eles eram muito lindos e cantavam também duetos muito lindos... E operetas também, como A viúva alegre e Os milhões de Arlequim. Minhas colegas de Uberaba, quando lá moramos, gostavam de comentar qual dos dois era mais bonito - se papai ou mamãe...
Mudamos de Uberaba para BH outra vez e vim de novo para o Triângulo Mineiro já casada e praticamente só conheci meu marido através de cartas - e ele escrevia muito bem.
Tive um tio maravilhoso que me ensinou a guiar e que furtava minhas cartas para ler. Ele era diretor dos Diários Associados e redator-chefe dos Estados de Minas, antigamente.
Era assim... A gente se casava sem se conhecer direito; a convivência era muito pouca, quase nenhuma; eram cartas e serenatas muito românticas, e assim a gente era praticamente estranhos ao se casar.
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