Estou no hotel Armele no Paraguai.
Fui sozinha para negociar uma fazenda chamada São João.
Antes seria preciso contar que um dia chegou a porta de nossa casa um menino de 14 anos e chamou pelo meu marido. Logo depois de atendê-lo João Gilberto me chamou meio assombrado dizendo que era uma família pedindo emprego na nossa fazenda Bom Pastor. Eram dez filhos órfãos de pai, e o mais velho tinha apenas 14 anos. Fui então conversar com o menino chamado Sebastião e fiquei compadescida com a história dele - pedi ao João para acolhê-los. Acabados de criar, sem nunca nos ter dado trabalho, foram o segundo, chamado João, o terceiro chamado Antônio, e a, não sei qual número, menina Nina.
Fui sozinha para negociar uma fazenda chamada São João.
Foram eles que formaram esta fazenda SÃO JOÃO, que agora divorciada, eu tinha ido vender no Paraguai. Talvez tenham sido estes meninos mais velhos João, António, Nina e Sebastião de quem mais carinho recebi na vida, pois foram filhos mais do que amorosos - principalmente o que se chamava João.
É uma história muito longa e, seus detalhes mexeram demais comigo... Barco, água, mar, rio, tudo me fala que navegar é preciso. Para mim realmente meu viver é que é impreciso. Oh! Rio Paraguai quantos momentos excitantes e promissores aí vivi.
Muito amor aí recebi.
Que saudade dos Ferreira:
João, António, Nina, Sebastião.
É para você João Ferreira que eu escrevo....
MEU MENINO DO RIO.
MEU MENINO DO RIO.
Sim, meu filho eu aprendi com você.
Eu aprendi bem mais do que esperava
Bem mais do que eu precisava,
E o rio me devolveu você,
Com toda tua fé repassada de esperança
Com todo o seu amor ansioso de criança
Com toda a sua inocente pureza também
Eu aprendi tudo o que você falava
Quando a camisa escura e feia aceitava
A promessa escondida suspeitava
Dos presentes novos que a vida traria
Eu aprendi com você
A me amoldar como a água
Num barquinho
E me deixa descansar
Navegando rumo ao mar
E te vendo a me esperar
No colorido de capachos lilás
No horizonte tão reto a findar
O principio do céu começar.
Mamãe, chorei muito ao te ler. Realmente não dá para dimenssionar o tanto de amor que recebemos desta família - não me lembro te Tiãozinho, que morreu quando eu era pequena, na enchente do Pantanal... mas o amor deles não deixou ninguém de nós sem senti-lo. Fala baixa, e mão acariciando nossa mão - sem palavras. BJS. TE AMO continue nos emocionando. Izabella.
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