quarta-feira, 4 de maio de 2011

OS ANJOS DO SILÊNCIO... JEAN YVES LELOUP.

OS ANJOS DO SILÊNCIO.                       


Jean Yves Leloup



                        Os anjos do silêncio não tem a trombeta diante da boca, mas diante do ouvido, é como se toda a energia que nós despendemos pela palavra estivesse, de agora em diante ixada no ouvido.
                        No entanto, estar em silêncio é ouvir ainda mais barulho. Ficamos muito sensíveis aos barulhos externos. Não se trata de nos opormos a eles ou fugir deles, pois não faríamos mais do que reforçá-los, mas trata-se, antes, de os acolher.
                       O silêncio é um espaço infinito que os pode conter. Se pusermos um pouco de pó num copo de água, a água do copo fica perturbada. Mas se pusermos esse mesmo pó no oceano, o oceano não se perturba.
                       A questão é: nosso coração é um copo de água ou um oceano? Será que o nosso silêncio é um copo de água ou um oceano?
                      Há barulhos exteriores, mas também há barulhos interiores: todas essas memórias que nos habitam, todos esses pensamentos que se repetem. Nesse caso, também não se trata de os recusar ou de opor a eles, mas de os deixar passar.Deixar passar aquilo  que passa e regressar ao que permanece.
                     Não precisamos fazer silêncio, o silêncio está sempre presente.
                    Trata-se de desentulhá-lo, sentí-lo, quaisquer que sejam os entulhos que nos impeçam de o saborear.
                    É como uma página em branco que continua sendo branca, não importam os escritos que possam lá inscrever-se; quer sejam  garatujas ou escrituras sagradas, por baixo a pagina é sempre branca.
                    Escutar o silêncio é ir ao encontro da nossa verdadeira natureza, a nossa natureza imaculada.
                   O claro silêncio é o nosso espírito quando ele não está atulhado de coisas;
                   O claro Amor    é o nosso coração quando não está atulhado de coisas;
                   O sopro tranquilo é o nosso corpo quando está liberado de todo o tipo de crispações e de tensões.
                  Trata-se de encontrar o nosso  ponto C, o ponto da calma, o ponto da compaixão e o ponto da claridade. Hoje em dia conhecemos melhor o ponto G ou o ponto com (.com), mas é o ponto C que nós procuramos, esse lugar de calma e de silêncio no nosso interior, pois é ai que o mestre interior pode falar conosco.
                   Não estamos aqui para falar do mestre interior, mas para o encontrar e, para o encontrar, é necessário essa receptividade, essa atenção, esse silêncio...
                  Simplesmente, escutar o sopro que nos mantém vivos.
                  A nossa vida não depende senão de um sopro, de um fio...
                  Esse sopro, esse fio estão ligados à fonte silenciosa do nosso ser e de todo o ser.
                  Deixar ser aquilo que é e aquilo que está.
                  Respirar na sua presença...
                  Para o nosso bem-estar e o bem-estar de todos...


Um comentário:

  1. Obrigado pela inspiração. Estamos aqui tambem desenvolvendo o nosso retiro do silencio em breve estaremos revelados nesta maravilhosa comunidade não local chamada internet. Essa energia 'não local' q estamos todos comprometidos, a energia do coração ligado ao Grande Coração. Este é o prelibar da Nova Era.

    Estamos Juntos.

    Sérgio/"Retiro do Silencio Caminho da Pedra"

    Namastê.

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